Informe desde o Brasil sobre a atual conjuntura em meio à pandemia do Covid-19
Aqui no Brasil, seguimos firmes na denúncia contra o governo Bolsonaro, que mantém abertamente a política criminosa de deixar que a população morra, indo no sentido contrário ao defendido pelas instituições de saúde e suas recomendações.
É preciso garantir o direito de greve pela vida. E a Itália nos mostrou a importância de defendermos essa pauta urgente reivindicada pelos trabalhadores que temem pelos riscos à saúde.
Nossa posição aqui no Brasil, sobretudo considerando diversas categorias, dentre elas as do setor automotivo, é a de defender o direito à licença remunerada para todos que não sejam responsáveis por produção ou prestação de serviços essenciais no combate à pandemia do novo Coronavírus.
No Brasil, milhares de trabalhadores do setor industrial, da construção civil, telemarketing e outras áreas não essenciais seguem se aglomerando em seus locais de trabalho, num potencial foco de contaminação e disseminação do novo coronavírus. E essa situação é inaceitável.
A CSP-Conlutas defende a decretação de quarentena geral já para todos os trabalhadores que não atuam em empresas de atividades estratégicas. A liberação deve ser garantida com licença-remunerada, salários integrais, bem como estabilidade no emprego.
Às entidades filiadas a orientação é de mobilização para garantir a liberação dos trabalhadores.
No setor automotivo, em São José dos Campos, a pressão do Sindicato dos Metalúrgicos, filiado à CSP-Conlutas, já resultou na liberação do trabalho para aproximadamente 25 mil trabalhadores. Para pressionar a empresa a entidade publicou um decreto convocando uma greve geral na categoria.
A pressão surtiu efeito e em cerca de três dias após o decreto mais de 30 fábricas da base tiveram paralisação. Foram liberados trabalhadores de empresas como Embraer, GM, Avibras, Panasonic, Eaton, TI Automotive, entre outras.
O exemplo, como temos visto no mundo todo, é capaz de retardar os efeitos da epidemia e da sobrecarga nos serviços de atendimento à saúde. Ignorar a necessidade do isolamento social pode trazer como consequência maior número de vítimas, o que é ainda mais inaceitável quando os afetados trabalham em setores não essenciais para o momento.
É preciso superar e romper com este atual modelo que coloca os lucros acima de nossas vidas. E não podemos nos colocar como simples números de estatísticas.
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