3 de junho: brasileiros vão as ruas contra o genocídio e a corrupção do governo Bolsonaro
A construção de uma greve geral sanitária deve estar em pauta na unidade das organizações e centrais sindicais
Se torna cada vez mais urgente colocar para fora Bolsonaro, Mourão e sua corja. As razões são inúmeras: estímulo às aglomerações, descaso com as mortes e a infecção do vírus em massa, com o desemprego e a fome que crescem a cada dia e colocam o país em tempos sombrios. Para piorar o contexto de completo escárnio, as novidades do governo são sobre esquemas de pagamento de propina para a compra de vacinas. Em resumo: para que pessoas do governo pudessem ganhar algum dinheiro, centenas de milhares de famílias choraram a morte de entes queridos.
Sobre os escândalos com suspeitas de corrupção envolvendo a compra de vacinas contra a covid-19, sabe-se até o momento que um representante do Ministério da Saúde teria exigido de empresa intermediária a quantia de 1 dólar por cada dose comprada pelo governo. O valor da corrupção poderia chegar a quase R$ 1 bilhão pela compra de 200 milhões de doses da vacina AstraZeneca.
A suspeita de corrupção está presente em outros dois episódios de compra de imunizantes. Ambos estão sob investigação no Senado.São os casos da compra superfaturada da vacina Covaxin, com o envolvimento direto do presidente Jair Bolsonaro, e a compra suspeita de 60 milhões de doses da vacina Convidencia, através de mais uma empresa intermediária, a Becher Farmacêutica do Brasil, que também é investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público por fraude.
Em relação à Covaxin, segundo o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM), Bolsonaro teria sido alertado em março deste ano e, mesmo assim, não teria agido para evitar o crime de superfaturamento. Mesmo sem o aval da Anvisa (órgão que valida o uso dos imunizantes), o Ministério da Saúde assinou o contrato com um valor muito superior ao de outras vacinas já adquiridas. A Covaxin sairia por 15 dólares a dose, enquanto a Pfizer custou 10 dólares por unidade. As doses da Convidencia sairiam por 17 dólares a unidade, ainda mais caro que a Covaxin. Desta forma também cai por terra a justificativa do governo para a demora na compra da vacina Pfizer, já que Bolsonaro havia dito que um dos motivos era o alto preço do imunizante.
Diante dos últimos escândalos, organizações e forças políticas protocolaram em 31/6 o chamado “superpedido” de impeachment de Bolsonaro, num dia marcado por forte manifestação em Brasília, Distrito Federal. O documento, elaborado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), reúne 23 crimes cometidos por Bolsonaro, como o descaso com a pandemia, os ataques ao livre exercício dos três poderes e às liberdades democráticas, incluindo o caso mais recente que aponta a prevaricação do presidente no caso das negociações para compra da vacina indiana Covaxin, com forte indícios de corrupção e pedidos de propina.
O presidente é mais perigoso que o vírus
Apesar de o Brasil ter o amargo número de 518.066 mortos pela Covid-19, e de ter números diários de novas mortes e novos casos, o movimento organizado e a classe trabalhadora têm avaliado que a urgência pela derrubada do governo Bolsonaro exige presença das massas nos protestos de rua.
É o caso da população negra, pobre e periférica, que morre em decorrência do vírus, da fome ou do tiro das polícias. É também o caso dos povos indígenas, que acampam em Brasília desde o início de Junho e se mantêm mobilizados em frente ao STF (Supremo Tribunal Federal), para o julgamento da tese do Marco Temporal, que ataca o direito à demarcação das terras indígenas. O tema, que restringe os direitos constitucionais dos povos indígenas, iria a julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), no entanto, e muito provavelmente devido a pressão das mobilizações, a decisão da Corte foi pelo adiamento da análise para o dia 25 de agosto.
Essa realidade escancara a necessidade de ir para a rua e fortalecer as mobilizações do dia 3 de julho, assim como as já anteriormente agendadas para o dia 24 de julho, porque sabemos que não é esse Congresso que vai resolver os nossos problemas, mas sim o povo na rua unido para colocar para fora Bolsonaro e Mourão. Fazemos novamente o chamado às centrais sindicais para unificarmos na luta e construirmos a Greve Geral Sanitária, para pararmos o país e dar um golpe de morte nesse governo que quer a nossa morte.
Para isso, lembre-se de que vamos nos manter nas ruas com segurança, respeitando o uso de máscaras, álcool em gel e orientação para buscar manter o distanciamento social. A luta é urgente! Fora Bolsonaro e Mourão, já!
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